No domingo à tardinha, dia 11 de julho de 2010, depois da final da Copa, decidi dar uma caminhada pela praça da Tristeza. Sinto muito, mas o trocadilho é inevitável: uma tristeza! Lixo e mais lixo. Como a temperatura estava alta, pais levaram seus filhos para momentos aprazíveis, junto aos mais variados grupos que desfrutaram daquele espaço.
O resultado foi o acúmulo de muitos papeis e saquinhos de bolachas recheadas e de outros lanches espalhados pelo local. Uma pena, apesar do empenho da prefeitura em manter o local limpo, com a grama aparada e as árvores podadas.
Enquanto caminhava, ouvia o competente e obstinado prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, dizer, em entrevista a uma rádio, que tudo estaria pronto para a Copa de 2014. Até creio que, pelo empenho público, muita coisa vai mesmo acontecer. Mas uma obra não ficará pronta, nem agora nem nunca, e me perdoem o pessimismo. Não há iniciativa que mude a falta de educação, em geral, das pessoas. São raros os casos conscientes, que acabam sucumbindo em meio ao lixaredo.
De maneira incrédula, vi muitas embalagens ao lado de lixeiras. É comum que os mais jovens comam seus lanches e joguem o papel no chão. Vejo muito isso. Mas não entendo como pais permitem que seus filhos pequenos atirem lixo pelas calçadas. Por certo, num futuro nem tão longe, chorarão os desmandos do clima.
O resultado era o esperado. Calor domingo, chuvarada na segunda e o lixo correu em direção às bocas-de-lobo. Aí vemos aquelas imagens chocantes, com pessoas lamentando suas casas inundadas pelo aguaceiro, mais o choro do desespero, da perda, da angústia e o praguejar aos céus. E o quadro se repetirá, pela falta de educação, pela falta de consciência e iniciativa, iniciativa de colocar o lixo no lixo. Ato simples, burocrático.
Grandes mudanças ocorrerão na cidade. Pode até vir um novo metrô e taxistas precisarão saber inglês e espanhol, no mínimo, para receber bem aos turistas, sinônimos de divisas. Mas a falta de educação, esta ninguém conserta.
